avaliação de recursos e reservas minerais - Treinamento intensivo na Geokrigagem
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Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais

A avaliação de recursos e reservas minerais

A avaliação de recursos e reservas minerais é um procedimento técnico desenvolvido por geólogos e engenheiros de minas, com a participação de uma equipe multidisciplinar (fatores modificadores). A prática deste procedimento é geralmente adquirida ao longo de muitos anos de trabalho junto a uma empresa de mineração ou de consultoria mineral.

Assim, a Geokrigagem tem uma proposta de curso profissionalizante condensado em um período de cinco dias com carga horária de 40 horas. Trata-se de um treinamento intensivo que proporcionará uma formação complementar, onde o interessado aprenderá a terminologia adotada pela Comissão Brasileira de Recursos e Reservas Minerais – CBRR, que está alinhada com os principais códigos internacionais. Além disso, serão descritos e apresentados todos os conceitos e técnicas envolvidos na avaliação e classificação de recursos e reservas minerais e suas implicações econômicas.

Público-alvo

Este treinamento é dirigido para os executivos da área de mineração, bem como geólogos, engenheiros de minas e técnicos de geologia e de mineração.

Os treinandos irão aprender todo o processo de avaliação de recursos e reservas minerais, seguindo as principais e melhores práticas utilizadas na indústria da mineração no Brasil e no Mundo, conforme o seguinte fluxograma:

Avaliação de recursos minerais

Haverá exercícios em computador com os seguintes softwares: SGeMS, Geokrige, GKY e SimSched (Mining Math).

Para atingir os objetivos propostos, o treinamento será dividido em 15 módulos, conforme descritos a seguir:

1) Introdução e Conceitos Básicos

Minério, teor de corte, continuidade, recursos e reservas minerais, diluição, variável regionalizada, coleta de dados, SMU, exatidão e precisão. Os códigos internacionais para declaração de recursos e reservas minerais (JORC 2012, NI 43-101, SME 2014 e SAMREC).

Os princípios do código JORC (2012). Figura modificada de Acessado em 26/10/2018.
Os princípios do código JORC (2012). Figura modificada de <https://www.ausimmbulletin.com/feature/the-jorc-code-and-professional-ethics/> Acessado em 26/10/2018.

2) Base de Dados

Coleta e armazenamento de dados para o cálculo de recursos minerais. Dados para coleta: dados geológicos (litologia, mineralogia, alteração, estrutura, mapas e seções geológicas etc.), dados de sondagens (collar, assay, survey, litho, densidade, RQD, grau de recuperação), levantamentos planialtimétricos, testes de beneficiamento. Conceito de banco de dados relacional;

Coleta de dados para a base de dados relacional. Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais
Coleta de dados para a base de dados relacional.

 

3) Validação de Banco de Dados*

Verificar se existem inconsistências no banco de dados fornecido e o que deve ser feito com elas. Validação de distintas campanhas de sondagens ou de tipos diferentes de sondagens (RC e diamond drill hole), por meio do software GKY (baixe grátis);

Exemplo de validação de campanhas de sondagens: DDH (vermelho) e RC (em verde) e fusão para a distribuição de referência (azul=RC para DDH).
Exemplo de validação de campanhas de sondagens: DDH (vermelho) e RC (em verde) e fusão para a distribuição de referência (azul=RC para DDH).

 

4) Regularização de Sondagens

Furos verticais ou inclinados, com ou sem desvios, por bancadas ou down-the-hole (figura abaixo);

Regularização down-the-hole.
Regularização down-the-hole.

5) Interpretação e Modelagem Geológica*

Definição dos domínios geológica e estatisticamente homogêneos para estimativa de recursos minerais, ou seja, o modelo geológico da mineralização, levando em consideração os controles geológicos: estrutural, mineralógico e litológico. Modelagem implícita e explícita. Krigagem Indicadora para modelagem probabilística do corpo de minério. Representação do modelo geológico por meio de um modelo tridimensional com nx*ny*nz blocos;

Modelo de teores obtido com aplicação da anisotropia global do Geokrige.
Modelo de teores obtido com aplicação da anisotropia global do Geokrige.

6) Análise Estatística*

Análise estatística: definição de termos (população e amostra), teoria da amostragem, erro de amostragem (erro proposital – o caso BRE-X), amostragem e incerteza, desvios de sondagens, diferença entre erro e incerteza, fontes de incerteza, exatidão e precisão, distribuições de frequência e medidas descritivas associadas (tendência central, dispersão e forma – assimetria e curtose), intervalo de confiança da média, distribuições teóricas de probabilidade (normal, lognormal, uniforme e triangular), diagrama de dispersão, coeficiente de correlação, regressão pelos mínimos quadrados, diagramas Q-Q e P-P, desagrupamento por células;

Características da distribuição lognormal. Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais
Características da distribuição lognormal.

7) Análise Geoestatística*

Variáveis regionalizadas, função variograma, fórmulas básicas em geoestatística, cálculo de variogramas para dados com distribuição regular e irregular, parâmetros para definição de variogramas direcionais e o conceito de empilhamento de dados para atenuar flutuações estatísticas, modelos de variogramas com e sem patamar, propriedades de um variograma típico com patamar, relação entre variograma e função covariância, definição e correção de modelos de anisotropia (zonal, mista e geométrica);

Modelo típico de variograma com patamar. Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais
Modelo típico de variograma com patamar.

8) Modelo de Teores*

Cálculo do modelo de teores condicionado ao modelo geológico e estrutural. Aplicação de anisotropia global ou local (dinâmica) para localização dos vizinhos próximos. Utilização de técnicas geoestatísticas de estimativas lineares (krigagem ordinária) e não lineares (krigagem lognormal e multiGaussiana). Validação do modelo de blocos (swath plots). Aplicação da krigagem indicadora para modelagem probabilística do grade shell. Simulação sequencial Gaussiana para definição de cenários de incerteza.

 

 

Curva teor X tonelagem Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais
Curva teor X tonelagem

9) Avaliação de Recursos Minerais*

Aplicação dos parâmetros para a transformação de teores em recursos minerais (densidade e volume). Cálculo do teor médio e variância global do depósito. Parametrização teor X tonelagem.

 

 

 

 

10) Classificação de Recursos Minerais*

Conforme a terminologia adotada pela Comissão Brasileira de Recursos e Reservas Minerais (CBRR).

Aplicação dos conceitos de continuidade geológica, de teores e espacial para as classes de recursos minerais. Utilização de critérios geométricos (distância do ponto mais próximo e densidade de pontos), da variância de krigagem (índice de configuração espacial), da amplitude do variograma e índice de risco.

Exemplo de aplicação da variância de krigagem como índice de configuração espacial para classificação de recursos minerais (Snowden, 2001). Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais avaliação de recursos e reservas minerais
Exemplo de aplicação da variância de krigagem como índice de configuração espacial para classificação de recursos minerais (Snowden, 2001).
Classificação de recursos e reservas minerais adotada pela CBRR (2016). Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais avaliação de recursos e reservas minerais
Classificação de recursos e reservas minerais adotada pela CBRR (2016).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

11) Fatores Modificadores

Aplicação dos fatores para transformação de recursos em reservas minerais: lavra, processamento, metalurgia, infraestrutura, economicidade, mercado e questões de ordem legal, ambiental, social e governamental.

 

12) Conceituação do Negócio e do Projeto de Mineração

A jazida mineral como objeto de um plano de negócio de mineração e o projeto para a sua instalação e operacionalização, e para estimativa de dados para as fases posteriores de desenvolvimento.

 

13) Cava Ótima*

Objetivos, dados geológicos (e melhores estimativas) para projeto da cava ótima (modelo de blocos com teores, “litologias”, características tecnológicas dos minérios, comportamento frente à operação de lavra – recuperações e diluições -, restrições à lavra e às estruturas do projeto, ângulos máximos de talude, dados hidrogeológicos, etc.), dados de custos e de receitas, e/ou “função benefício”. Aplicação de algoritmos de otimização: Lerchs-Grossmann e pseudoflow. Exercícios práticos. Consideração sobre aproveitamento de minérios marginais.

 

Sequenciamento de lavra a partir da definição da cava ótima. Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais avaliação de recursos e reservas minerais
Sequenciamento de lavra a partir da definição da cava ótima.

14) Sequenciamento de Lavra*

Importância da análise de opções de sequenciamento de lavra. Possíveis objetivos: maximizar o valor presente, otimizar o aproveitamento, reduzir variações de qualidade, projetar infraestrutura e recursos necessários, estabilidade da produção, analisar riscos, etc. Definição da ordem de remoção dos blocos com base nos seguintes parâmetros: meta de produção, meta de qualidade, remoção de estéril para acesso ao minério, capacidade da usina de beneficiamento, blendagem de minérios de diferentes frentes de lavra e despacho de caminhões.

 

 

15) Avaliação Econômica de Jazidas e de Projetos de Mineração

Introdução de como fazer uma avaliação econômica de projetos: objetivos do desenvolvimento de jazidas minerais, valor, objetivos da avaliação econômica, métodos de avaliação econômica (discussões sobre valor no tempo, pay-back, valor presente líquido e taxa interna de retorno), principais componentes da estimativa de fluxo de caixa (investimentos e reinvestimentos, custos operacionais, depreciação, amortização e cota de exaustão, receita de vendas (importância dos preços e suas projeções), capital de giro e tributações. Exemplos e exercícios práticos. Comentários sobre análises econômicas adicionais (análises de sensibilidade, análise de risco e teoria das opções reais).

*Aula teórica e prática.

 

Bibliografia recomendada

Abzalov M. 2016. Applied Mining Geology, Moder Approaches in Solid Earth Sciences. Cham, Springer. 448p.

Annels A.E. 1991. Mineral Deposit Evaluation: A Pratical Approach. London, Chapman & Hall. 436p.

David, M. 1977. Geostatistical ore reserve estimation. Amsterdam, Elsevier. 363p.

Dimitrakopoulos R. (Ed.). Advances in Applied Strategic Mine Planning. Cham, Springer. 800p.

Isaaks, E.H.; Srivastava, R.M. 1989, Applied geostatistics, New York, Oxford University Press. 561p.

Joint Ore Reserves Committee of The Australasian Institute of Mining and Metallurgy – JORC. 2012. The JORC code. AusIMM – The Minerals Institute. 44p.

Journel, A.G.; Huijbregts, Ch.J. 1978. Mining geostatistics. London, Academic Press. 600p.

National Instrument NI 43-101. 2011. Standards of disclosure for mineral projects. CIM.

Peters W.C. 1978. Exploration and Mining Geology. New York, John Wiley & Sons. 696p.

Revuelta B.R. 2018. Mineral Resources: From Exploration to Sustainability Assessment. Cham, Springer. 653p.

Rossi M.E., Deutsch C.V. 2014. Mineral Resource Estimation. Dordrecht, Springer. 332p.

Sinclair A.J., Blackwell G. H. 2002. Applied Mineral Inventory Estimation. Cambridge, Cambridge University Press. 381p.

SAMREC, 2016. The South African Code for the Reporting of Exploration Results, Mineral Resources and Mineral Reserves. 88p.

Society for Mining, Metallurgy and Exploration – SME. 2014. The SME guide for reporting exploration results, mineral resources and mineral reserves. Englewood, SME. 65p.

Snowden, D.V. 2001. Practical interpretation of mineral resource and ore reserve classification guidelines. In: Mineral Resources and Ore reserve Estimation – The AusIMM Guide to a Good Practice (Ed. A.C. Edwards) p. 643-652. Melbourne, The Australasian Institute of Mining and Metallurgy.

Wellmer F.W. 1998. Statistical Evaluations in Exploration for Mineral Deposits. Berlin, Springer. 379p.

Wellmer F.W. 1998. Economic Evaluations in Exploration. Berlin, Springer. 163p.

Yamamoto J.K. 2001. Avaliação e Classificação de Reservas Minerais. São Paulo, Edusp. 226p.

 

Avaliação e classificação de recursos e reservas minerais
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Veja também:

O Processo de Avaliação de Recursos e Reservas Minerais

Como Validar Dados para a Avaliação de Recursos Minerais

Série de artigos: Classificação de Recursos Minerais

Classificação de Recursos Minerais – Parte 1

Classificação de Recursos Minerais – Parte 2

Classificação de Recursos Minerais – Parte 3

 

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Escrito por Jorge Kazuo Yamamoto

Prof. Dr. Jorge Kazuo Yamamoto, fundador da Geokrigagem, é geólogo, foi pesquisador do IPT e docente do Instituto de Geociências da USP, onde se aposentou como Professor Titular do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental. Atualmente, atua como Professor Sênior do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo – Escola Politécnica – USP. É responsável pela disciplina “Métodos geoestatísticos” na Pós-Graduação do IPT – Investigação do subsolo: Geotecnia e Meio Ambiente. Dedica-se ao ensino de geoestatística, com ênfase no desenvolvimento de algoritmos e pesquisa de novas aplicações, tais como: variância de interpolação, cálculo da variância global de depósitos minerais e correção do efeito de suavização da krigagem. Ultimamente, seu interesse está voltado para o ensino e divulgação da linguagem R.

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