Yuri Tandel, Diretor Técnico e Sócio da Geoinform, é doutor em ciências pelo Instituto de Geociências – USP e QP em minerais industriais pelo Comitê Brasileiro de Recursos e Reservas Minerais.
Uma boa pesquisa mineral é fundamental para valorizar seu direito mineral, principalmente em casos onde se pretende vender a área ou fornecê-la para a indústria.
Entretanto, existem regulamentações que devem ser seguidas para que a pesquisa possa ser realizada. Os passos anteriores à pesquisa mineral propriamente dita são:
- Requerimento correto da área pelo Regime de Autorização/Concessão ou pelo Licenciamento Mineral;
- Obtenção do Alvará de Pesquisa, caso do Regime de Autorização/Concessão. Ressalta-se neste item que realizar a pesquisa mineral sem o respectivo alvará é considerado crime;
- Realização de acordos ou negociação da área com os proprietários;
- Contratação de uma consultoria idônea, na qual a Geoinform apresenta 30 anos de experiência no mercado.
Partindo, então, para a realização da pesquisa de material inconsolidado, deve-se escolher a sondagem que melhor se encaixa para a situação. O método é escolhido de acordo com o tipo de material, da complexidade da área e do orçamento disponível. Existem casos em que mais de opção pode ser escolhida.
Segue abaixo uma breve descrição dos principais tipos de sondagens, destacando suas vantagens e limitações:
Sondagens à Trado
Existem diversos tipos de trado, cada um varia de acordo com o mais apropriado para o tipo de argila. No caso da mostrada abaixo, é uma boa alternativa para a pesquisa, por exemplo, de argilas plásticas, areias, bauxita ou turfa em áreas de várzea.
As maiores vantagens na utilização desta técnica estão relacionadas com o baixo custo e grande facilidade de acesso a qualquer tipo de terreno. As suas limitações referem-se baixa capacidade de profundidade (máximo de 8 metros) e também quanto ao tipo de material, sendo possível utilizá-la apenas em solo ou minérios moles ou inconsolidados.
Sondagem tipo SPT
Esta técnica, do inglês Stand Penetration Test, é muito utilizada na engenharia civil para determinar a resistência do solo, embora também possa ser utilizada na pesquisa mineral.
É um método semelhante à sondagem à trado, mas com acréscimo de um tripé e de um conjunto de motobombas que injetam água na perfuração. Desta forma, podem ser obtidas amostras diretamente do trado ou, quando abaixo do nível freático, através do amostrador SPT. Há ainda a alternativa de obter as amostras que a água injetada na tubulação trouxer para fora do furo.
Este procedimento possui um valor por metro perfurado ainda baixo, consegue atingir profundidades de até 30m e também é de fácil acesso a diversos tipos de terrenos. A limitação ainda se restringe às caraterísticas do solo e de também só poder ser realizados em minérios moles ou inconsolidados.
Sondagem tipo Estaca Escavada
Um método também muito utilizado na construção civil, consiste basicamente de uma grande rosca acoplada a um caminhão adaptado. Possui a vantagem de realizar os furos com maior rapidez, porém é limitado ao uso em argilas moles e possuiu um maior custo para ser realizado. A maior limitação está ligada a necessidade de acesso do caminhão para que a realização do furo seja possível.
Sondagens Geofísicas
Um método ainda pouco conhecido no Brasil que utiliza pequenas descargas elétricas no solo para conseguir mapear os diferentes tipos de materiais (solo, argila mole, argila intermediária, argila dura, basaltos, areia etc.). O Mapeamento é feito de maneira contínua, isto é, pode-se escolher uma reta contínua para ser sondada, semelhante a uma tomografia do solo até profundidades em torno de 40 metros.
Apresenta um custo relativamente baixo, rapidez de execução e pode ser utilizada em áreas de difícil acesso de maneira contínua (numa reta por várias centenas de metros). A limitação esta ligada a ausência de amostras.
No próximo artigo serão descritas outros métodos de sondagens para se realizar uma boa pesquisa mineral, focando em material consolidado.
Geoinform – Av. Dois, 1156. CEP 13500-411 – Rio Claro – SP. Tel. (19) 3534-4042.